Lar, Doce Lar

Há seis anos que durmo nesta casa. Foi a 4 de Setembro de 2000 que dormi pela primeira vez neste apartamento. Senti um pouco de medo, sim. Afinal, era a minha estreia a morar sozinha. Mas hoje, digo que foi o melhor que fiz. Apesar do alto preço a pagar pela independência. Não estou arrependida! É maravilhoso ter o nosso cantinho, o nosso santuário sagrado, onde só entra quem nós deixamos! Aqui já chorei muitas lágrimas e já vivi momentos de sonho e felicidade.

Na noite que passou... não te abraçei, mas toda a noite desejei fazê-lo. Se não o fiz foi por respeito. Sei que não partilhamos sentimentos iguais, por isso limitei-me a dar-te espaço. Não te beijei, também por respeito. Quando o entenderes, se o entenderes, tu mesmo o farás. Sentir-te foi bom, muito bom. Ver-te, olhar-te, ouvir-te, amar-te, foi muito bom.

Amar livremente não é fácil, mas vale a pena. Não imaginas quão leve me sinto sabendo que não te sufoco e não te pressiono, que não invado o teu espaço, mas deixo que sejas tu a invadir o meu... Adoro-te, meu amor. Por ti... calo, sofro, rio, amo, choro, sorrio... mas não me arrependo!

Este foi o nosso ninho de amor e paixão... As paredes do meu quarto, do meu hall, da minha sala, enfim, da minha casa.... são testemunhas do nosso amor! Olho para elas e sorrio maliciosamente pensando: ainda bem que vocês nao falam!....