segunda-feira, maio 29, 2006

Quero Desaparecer

Mais um golpe.
Faltam-me as forças para escrever.
Sinto-me a morrer de dentro para fora. Doi-me o corpo todo.
Ainda não consegui sorrir. Só chorar.. paralisada na apatia do desgosto que mais me destroça.
O silêncio e o desprezo podem ser tão fatais como uma arma de fogo.
Caí em prantos quando dei com mais uma porta fechada.
Mal tenho forças para andar, para me virar na cama.
É horrível acordar.
Pedi a Deus que me levasse. Isto não é viver, é tortura.
Ninguém me entende! Ninguém.
Só me apetece desaparecer.
Nao tenho forças para enfrentar tudo o que se está a passar. São anos demais a lutar.
O meu corpo está aparentemente são.
Mas a minha alma está esmagada, o meu coração esquartejado.
Sinto-me destruída por dentro...

domingo, maio 28, 2006

Longe daqui....

Apática. Estava aqui no computador, a inventar coisas sem jeito para distrair e passar o tempo... e então começo a sentir um forte cheio a queimado... eram os legumes que já ferviam há quase uma hora. Esqueci-me completamente! Foi a primeira vez que isto me aconteceu. Pode dar vontade de rir: o tacho estava todo preto por dentro e os bróculos ressequidos e escurecidos, sem uma única gota da água com que enchi para a cozedura... mas também não tinha apetite.
Se tivesse dinheiro talvez já tivesse saído deste país, em busca de outros horizontes, cortando com tudo, com o meu passado, principalmente... Se é que isso é possível!... Para onde quer que fosse, as minhas mágoas, dores, desgostos e marcas, iriam comigo, pois elas estão dentro de mim e não aqui, no lugar físico onde moro.
Vejo coisas lindas e simples, como as minhas plantas de casa, os meus animais de estimação... e choro como uma criança. Choro porque nem ao olhar criaturas tão belas e puras me sinto mais aliviada. E elas estão tão verdes e lindas. Cuido bem delas, toco-as com carinho e falo com elas como se me pudessem responder. O meu peixinho é um doce. Fica especado a olhar pra mim, como se sentisse a minha dor, aminha tristeza, como se percebesse que estou a chorar.
Gostava de ir à praia, mas não tenho transporte nem companhia. Se me apetecer, ponho os phones e vou caminhar até me cansar... por aí, sem destino. Talvez o sol me faça bem e me seque as lágrimas. Sinto-me fraca e semforças físicas. Tenho a tensão baixa e ando sedada com os medicamentos. Mas preciso de sentir o ar no meu rosto, na minha pele... sentir o abraço do sol, quente e envolvente. Sinto-me protegida quando fecho os meus olhos na praia, e me deleito com os raios de sol que cobrem o meu corpo como um manto. Era o que me apetecia fazer... ficar lá, deitada na minha toalha azul e grande, desligada do mundo, desligada de tudo. Só eu, o mar e o Sol. Ao som da música da rádio, dando um tom bronzeado à minha pele já de si morena.
Sinto um peso mórbido nos meus ombros. Deve haver um propósito para ainda aqui estar... já fui poupada da morte várias vezes. Inclusivé antes de nascer, pois não fui planeada... e não seria o primeiro aborto nem o último. Mas cá estou... e tive muita pressa em nascer, mal sabia eu o que me esperava...

sábado, maio 27, 2006

Broken

Estou tão triste, angustiada...
O Ser Humano consegue ser tão cruel e insensível.
Não há medicamentos que sarem a dor de vários desgostos vividos em simultâneo.
A única cura é o Amor.
Vou dormir. Dormir para esquecer, para não sofrer.
Lá fora está um dia lindo, sol e céu azul, calor e cheiro de Primavera no ar.
Mas... nem isso alivia o peso no meu peito. Nem isso me impede de chorar.
Sei com deveria agir para sair deste abismo, sei sim. Mas não sinto forças para... Cansei de lutar tanto sozinha, estou farta de sofrer tanto nesta vida.
No fundo há uma esperança que me impede de morrer.
Espero não sei por quem, não sei bem por quê... mas estou à espera....
Seja lá o que for... venha depressa., antes que a dor me consuma até ao fim e me apague como uma vela ao vento.

sexta-feira, maio 26, 2006

Asa ferida...


Estou completamente sedada. Porém, continuo a pensar em ti. Em como seria bom sentir os teus braços à volta de mim. Em como seria bom fechar os olhos e sentir um longo abraço teu. Em como seria bom receber um beijo dos teus lábios e sentir de novo o teu calor.
Tenho saudades. Muitas! Sou prisioneira de um amor que nem a distância ou o tempo apagam, daqueles que já não se acredita que existem. Mas existem! Chamem-me antiquada, E.T., o que quiserem, mas este amor, ainda que me faça o coração sangrar ainda colocoa um sorriso nos meus lábios, sempre que vejo o seu rosto sorridente e doce.
Queria ser tua irmã, prima, ou familiar... só para poder partilhar da tua alegria de perto!
Perto o suficiente para me consolar, mas longe o suficiente para não me tentar.
Desejo-te muito. Sim, o meu corpo chama por ti todas as noites que passam...
É estranho como o amor pode pesar tanto nos nossos ombros... tem poder para nos dar vida e para nos tirar vida.
São tantas as lutas que vivo... Sinto-me tão fraca! A figura do meu interior é uma mulher deitada no chão, de braços estendidos... como que à espera de auxílio, como que à espera de alguém, como que à espera de paz e alegria. O meu rosto cai por terra, de tristeza. O meu peito é apertado pela angústia.
Irão os fármacos ajudar mesmo?
Estou tão céptica... quanto a tudo e todos!...
Sinto-me sem forças para acreditar no que quer que seja... Só emTi, Deus! E mesmo assim, peço-te que fortaleças o meu crer, pois sabes bem como estou desalentada e esgotada.
Quero descansar. Preciso de me restaurar. Estou ferida, abatida e extenuada pelas circunstâncias da vida. Tenho necessidade de respirar....
Estava aliviada, mas ontem, ao ver os meus pais, uma faca rodou dentro do meu peito... e voltou a sangrar a ferida que procuro sarar. Desfaleci ao ver a sua tristeza, agonia e ansiedade.
Queria fugir, mas não posso.
Este pesadelo é real... infelizmente, não é apenas um pesadelo.
Toda a minha vida sofri... Desde criança até aqui. Alguém compreende o meu cansaço? Não é um cansaço de dias, semanas ou meses, até anos. É o cansaço de uma VIDA INTEIRA!...
Será porque não fui uma filha desejada? Será porque senti no ventre da minha mãe que fui um "acidente", um imprevisto?
Mas eu sei que eles me amam muito. Apesar disso, há marcas que ficam latentes em nós, desde antes de nascermos... sinto-as dentro de mim.
A vida obrigou-me desde bem cedo a ser uma lutadora, uma sobrevivente. Não vou desistir. Vou conseguir. Mesmo estando abatida e sem forças.... vai chegar o dia em que levantarei voo novamente!

quarta-feira, maio 24, 2006

Porquê?!....


Por que motivo não foste directo?
Por que motivo enviaste recados para mim?
Por que me evitas e me temes?
Eu só queria saber de ti...
Doeu... ainda me estou a recompor.
Chorei ao ver aquela carinha de anjo, pequenina, perfeita, doce e inocente. Simplesmente LINDA!
É tua... por isso já me afeiçoei a ela, sem a conhecer. E desejo-lhe as rápidas melhoras...ela vai ficar bem! É uma vencedora e lutadora como o Pai.
Mas porquê esta exclusão? É o meu castigo por ter ido a Tomar? Que tens a recear?

Tenho uma asa ferida que me impede de voar... A outra, bem tenta esvoaçar, porém, não pode levantar sem o seu par cooperar.
Refugiei-me no meu esconderijo para a minha asa sarar.
A dor é tão forte que pareço não aguentar.
Mas eu irei conseguir!
Não sei quando, nem como.... só sei que vou conseguir!

segunda-feira, maio 22, 2006

Sozinha, no Fundo...

Estou tão confusa. Todos me dizem algo diferente, todos me dão a sua opinião, os seus pareceres, mas ninguém percebe que eu não quero nada disso!
“Tens de... Não podes... Deves... Pensa assim... Vê assim... faz isto, faz aquilo... Não deixes... Não deves.... Lembra-te que... Não te esqueças que...” – Por favor!!!!! CHEGA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
ESTOU FARTA!!!!!!!!!!!!!!!!!
Farta que os outros me digam o que é bom para mim, o que devo ou não fazer, como tenho ou não de reagir. BASTA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Eu preciso de me sentir acarinhada, amada, protegida, alentada.
Eu não quero palavras!!!!!!!!!!!!!! Eu preciso de Amor e Carinho!
Quando nos sentimos incompreendidos sentimo-nos sozinhos no Mundo. É como se ninguém nos pudesse ajudar. Sinto-me assim: Sozinha. Quero tratar-me adequadamente mas não tenho tempo nem dinheiro para isso. Tenho de trabalhar, tenho de ganhar o meu sustento. E como me posso tratar ao mesmo tempo em que sou emocionalmente exposta e agredida? Fugir não é solução. Nunca fui de fugir à realidade e aos problemas. Mas desta vez tem sido tão forte que, em vez de enfrentar a tempestade, resolvi fugir dela... apenas para descobrir uma coisa: ainda me faz sentir pior e mais incomodada.
Clamo a ti desde o meu mais profundo íntimo, oh Deus! AJUDA-ME!!!! Preciso que me fales, me orientes, me dissipes as trevas que me estão a cercar cruelmente.
Não estou desesperada, como já estive no passado. Estou angustiada, triste, desalentada, vazia, sozinha, carente, exausta de lutar, farta de sofrer, desencantada com a vida. Estou deprimida e nauseada de tanto sofrimento que tenho vivido. Só eu e Deus sabemos. Mais ninguém sabe! NINGUÉM!... Ninguém...
Mas eu quero viver, não quero morrer. Ainda que na estrada ande com tendências suicidas, coisa que nunca na vida tinha experimentado! É assustador! Até ando com medo de conduzir... Coisa que nunca tinha sentido, nem após o brutal acidente de viação que tive.
Saber os princípios é uma coisa, aplicá-los à nossa vida é outra.
Conhecer a Verdade é uma coisa, vivê-la é outra.
Saber o que está certo é uma coisa, muitas vezes, conseguir fazer o que está certo....é outra!... Do saber ao fazer, do conhecer ao viver... vai uma longa distância.
Nem sempre temos a força e o alento que precisamos.
És TU, Deus! Tu é que vais sarar o meu interior! Eu quero ouvir a Tua voz dentro de mim. Quero sentir o Teu conforto aquietar o meu ser. Preciso de Ti, como a Terra Seca que precisa da Chuva. Estou irada, revoltada, indignada com muita coisa que tem acontecido. Estou desconsolada, ferida e fatigada de tanto lutar. E para quê?!... Preciso que limpes as lentes do meu olhar, que sopres as nuvens que escondem o Sol. EU quero ver o Sol! Tu és vida! Eu quero sentir de novo a Tua vida em Mim! Quero ser de novo a criança que segue de mão dada Contigo sem questionar. Grata, alegre, confiante, doce e meiga. Lava de mim toda a amargura.... Retira de mim o pedaço de fel que a vida já me deu a provar... Vem me renovar!

domingo, maio 21, 2006

19 de Maio de 2006

Quando recebi a notícia, os meus olhos encheram-se de lágrimas e o meu peito explodiu de felicidade! Finalmente, ele é Pai! Um sonho que já se transformara em desilusão, desgosto, frustração... mas, saber esperar é uma grande virtude. Ele tem sabido esperar e já está a colher os frutos.
Não a vi. Mas só de imaginá-la ao colo do Pai, fico comovida. Tanta felicidade a iluminar um rosto já de si, tão lindo. Ele deve estar radiante como nunca. Parte de mim, sorri por ele, partilha da sua felicidade. Outra, sente um vazio. Uma angústia de desejar abraçar, dar...e não poder. Porque a vida não o permite.
Não sei se alguma vez conseguirei esquecer-te. O amor que sinto por ti é profundo. Há uma forte ligação interior entre nós. Eu sei que é a ela que amas, mas sei que eu sou especial para ti e também não me esquecerás. Sei o quão importante fui para ti. Sei o bem que te fiz... e o que não fiz, por não poder.
Há qualquer coisa dentro de mim que não consigo descrever. É novo. Veio com o nascimento da tua filhinha. Talvez sinta que algo acabou para sempre e nunca mais te irei ver. Começámos por uma amizade linda. Eram momentos tão doces os que passávamos juntos. Mas acabou. Nem essa amizade nos é permitida ter.. pois ambos sabemos que não nos iríamos conter! É um facto. Admito-o. Tenho saudades de mais para me poder conter. Se batesses àquela porta agora, ou se ligasses para mim, ficaria sob hipnose instantaneamente. O Mundo pararia e esqueceria toda a realidade à minha volta. Amo-te! Tu sabes disso. Querias ser amado por ela, como eu te amo. Mas a vida é assim mesmo, cheia de desencontros, repleta de obstáculos com os quais temos de aprender a lidar diariamente. Sentimentos que temos de reprimir a cada momento.
Sempre fui muito espontânea. Não sei ser de outra forma. Fingir é um verbo que não encaixa no meu dicionário. O meu cérebro nunca conseguiu domar o meu coração selvagem. Sempre fui rebelde. Não tenho vergonha de ser mulher, humana e imperfeita. Assumo-me como sou perante seja quem for. Não vivo em função dos outros. Foi Deus quem me trouxe a este Mundo, só a Ele devo satisfações do que faço com a vida que me deu. Sou responsável pelos meus actos e palavras.
Neste momento sinto-me só. Terrivelmente só. Dizem que sou uma mulher bonita e atraente. Dizem que tenho um interior lindo e sou apaixonante. Mas de que me serve tudo isso? Sinto-me tão só! Há quase três meses que não te sinto, não te abraço, não te beijo, não te toco. Amo-te tanto. Tem sido muito duro. Mas nem esta distância e tempo me têm feito esquecer o teu rosto, o teu cheiro, o teu olhar, o teu sorriso, o teu toque, a tua voz, o teu abraço... Estou de luto. Por ti e por alguém muito especial que perdi mais ou menos na mesma altura em que me deixaste de ver. Rendida aos químicos, tenho-me arrastado pela vida, tenho-me obrigado a seguir em frente. Mas o meu olhar está vazio e o meu semblante triste. No meu peito há uma angústia persistente, que me visita quase todos os dias.
Ontem revi alguém muito especial para mim. Um homem que Deus usou poderosamente na minha vida para O revelar e à Sua Palavra Viva. Um homem que também perdi, de certa forma, pois convivia com ele quase todos os dias e, de há uns anos para cá passei a vê-lo esporadicamente. Fez-me muito bem conversar com ele. Ouvi-lo. Sentir aquele olhar sempre doce e meigo, firme e sincero, como de um Pai, de um verdadeiro amigo.
Pai... palavra que neste momento da minha vida, atravessa o meu peito e o faz sangrar.
Mãe... cujo sofrimento e dor me consomem se não procurar manter uma certa distância, a suficiente para não sucumbir....
No meio disto tudo, a minha sobrinha é um alento para mim.
Queria ter-te dado um filho, sabias, amor? Sim, eu sei que sabes. Eu nunca to escondi, mas sempre fui honesta contigo ao dizer que jamais te daria um filho nestas circusntâncias.
Um filho merece ter um ninho de amor. Um lar. Um Pai e uma Mãe. Não queria que o teu filho – o nosso filho – viesse a um Mundo onde os pais estariam a viver em paralelo, com ele no meio, de um lado para o outro...
Este sentimento de fim, enche-me. Mas não me enche de vida, pelo contrário: é como se sentisse parte de mim morrer.
Os dias passam... A rotina continua... Mas cada manhã que nasce, cada noite que cai... levam-me a pensar em ti. Quero que sejas feliz. Espero que ela mude. Já que não te posso ter ao meu lado na vida, já que nem amigos podemos ser, peço a Deus que ela aprenda a dar amor e a receber. Peço que a tua filha seja esse despoletar do milagre que há tanto esperas: a mudança interior da tua mulher.

Valeu a pena teres entrado na minha vida. Valeu a pena todas as noites que dormimos juntos, todas as vezes que fizémos amor. Valeu a pena, querido. Eu amo-te. Jamais me envergonharei de te ter amado, mesmo sabendo que não podia.

Memórias doces guardo de ti. Serão sempre um conforto em momentos de tristeza, como este. Estou triste por mim, mas feliz por ti. Prefiro assim. Não importa que eu chore desde que tu estejas feliz. Dava a minha vida por ti. A vida é muito mais do que isto. Não acaba aqui. Mas quando partir, quero saber que fiz bem a alguém. Que cooperarei com Deus, para que O conhecessem e O tivessem em sua vida.

O silêncio está a roubar-me as palavras... Os pensamentos emudecem-me...
Um beijo para ti.
Fecho os meus olhos agora... e adormeço docemente.