domingo, novembro 26, 2006

Novo Ano, Novo Blog

Estamos quase no final de mais um ano!

Este blog está grande, velho e gasto!

Acaba o ano, acaba o blog....

Nasce 2007 e nasce um novo espaço... mais alegre... com mais força... com outra cor!

Até lá, pode ser que ainda venha aqui escrevinhar alguma coisa...

sábado, novembro 11, 2006

O Homem De Branco

Enquanto aguardava a minha companhia para almoçar, sentada no restaurante sito no primeiro andar do mercado municipal da Lourinhã, os meus olhos prenderam-se no vulto branco que avistei ao longe. Era um homem de barba e cabelo longos e grisalhos, de fato branco e sapatos a condizer. Aspecto humilde e sereno. Caminhava com uma pasta na mão, descontraído, lentamente. Não sei o que havia nele mas o que é certo é que não consegui deitar de o observar. Após aproximar-se, sentou-se num beiral do jardim a ver quem passava. Tinha um ar tão calmo e seguro, inspirava sabedoria e convicções profundas. Era diferente! E assumia-o claramente.
As pessoas passavam ao seu lado e fitavam-no com certa curiosidade.
Não é usual ver um homem dos seus 60 anos, magro, todo vestido de branco e sem ar de vagabundo, pelo contrário, um porte tanto de elegante como de simples. As barbas e o cabelo grande não lhe conferiam uma imagem de pedinte, mas de homem sábio e misterioso. Como se de um mestre se tratasse.
Observei-o uma boa meia hora. E o que mais me marcou foi a PAZ! Foi incrível! Fiquei com uma enorme sensação de leveza e paz dentro de mim. Ele transmitiu-me coisas boas. Tive até vontade de ir ter com ele e dizer-lho cara a cara.
Há pessoas que se atrevem a ser fieis às suas crenças e valores! Admiro-as muito! São essas que têm algo de muito próprio, verdadeiro e puro para nos dar. Não andam por ver andar os outros. São íntegras consigo mesmas, não agridem a sua personalidade em nome dos que os outros pensam ou acham. Amam a si mesmas como são e dão-nos uma grande lição sobre o Amor Próprio.
Foi um momento “kodak”. Jamais esquecerei aqueles minutos em que apenas a olhar aquele homem de branco, fiquei cheia de paz e leveza de espírito, como se fosse um anjo que ali pousou e depois voou para abençoar a outros!

domingo, novembro 05, 2006

Violada... mais uma vez!

Como posso eu esperar que uma pessoa entenda algo que nunca experimentou na pele?!...

Venho aqui deixar a marca da minha tristeza, do sentimento de humilhação e violação da minha pessoa, do meu ser, mais uma vez... após tantos anos.
Ninguém tinha o direito de revelar um segredo que guardei por fortes razões.

Conseguiram trazer o passado de volta ao presente. Mexer numa ferida que nunca sarou e, duvido que alguma vez sare.
Tenho de carregar este fardo para o resto dos meus dias e, como se isso não bastasse, agora vejo-me exposta diante de uma família de aparências, de juízos, cheia de preconceitos e bitolas.
Querida avó... gosto muito de ti, mas não vou ver-te mais. Como te posso enfrentar, agora que te contaram a verdade e que a trataste de forma banal como se fosse eu a louca e insensata?...

Chega!... Nem que tenha de colocar uma pedra sobre a minha família, mas não vou sofrer mais pelo mal que me fizeram na infância. Não me vou sujeitar mais a olhares de soslaio ou comentários infelizes...



Fui buscar a parte impulsiva ao meu pai...a mesma que o fez revelar o meu segredo! Sem que tivesse esse direito! A mesma que agora me afasta por completo de pessoas das quais gosto mas não tenho cara para ver.

Sinto-me despida... Sinto que me rasgaram as roupas, em público e me expuseram ao vitupério.

Sinto-me triste e ofendida, incompreendida e vulgarizada, violada mais uma vez... mas, desta vez, não por uma pessoa, mas por todas aquelas que abrirem a sua boca para pronunciar juízo sobre mim!

Não há maior humilhação e tristeza que ouvir a nossa avó defender o filho que nos violou aos 7 anos de idade! Faz-nos sentir o ser mais miserável e desprezível à face da terra.

Não tenho muitas palavras para descrever a dor que inundou o meu peito ao descobrir esta revelação do MEU segredo! Era meu! Só eu tinha o direito de o contar ou não. Mais ninguém!
Este desabafo é isso mesmo: um despejar da mágoa no teclado, na minha tela, no meu espaço.
Não há muito para dizer!

Porém, o meu amor ensinou-me algo que me tem ajudado muito a permanecer forte e a enxugar depressa as lágrimas. Uma vez ele disse-me: as coisas e as pessoas têm a importância que nós lhes damos! E é uma grande verdade! Se soubermos colocar este princípio em prática, reerguemo-nos muito mais rapidamente dos golpes que a vida nos dá.
Obrigada por existires, meu querido.

Posso ter sofrido muito por ti, mas valeu a pena, pois também contigo aprendi muita coisa boa!

Adoro-te.

Se alguma vez leres este blog... saberás que é de ti que eu falo!